Nas costas de Dilma, Temer
chega ao topo do poder, puxado pelos 54 milhões de votos sufragados a ela e
favorecido pelos problemas que ela passou a enfrentar, logo após o fechamento
das urnas, como o uso de dinheiro da corrupção no financiamento da campanha, o
uso de dinheiro dos bancos estatais a descoberto, para garantir os gastos com
programas sociais, rombo bilionário no orçamento do país, medidas impopulares
que, segundo disse, só seriam tomadas pelo seu adversário, e a maior crise
econômica desde os tempos de Cabral, gerada pela contratação de Joaquim Levi,
alto executivo do setor bancário, que colocou em prática uma política de aumento
de impostos, aumento dos combustíveis e da energia elétrica e aumento da taxa
de juros, que foi adotada pelos governadores e prefeitos, como na Paraná que o
governador aumentou a alíquota do ICMS de 12% para 18%, sobre 95 mil itens de
consumo e o IPVA em 40% e o prefeito de São José dos Pinhais, em quase 100% a
taxa do lixo e do IPTU.
Esta política levou as pessoas
a gastarem mais com o pagamento de impostos, luz, combustíveis, água, gás,
reduzindo o poder aquisitivo da população, que passou a comprar menos,
reduzindo o consumo, o motor da economia. Como as empresas passaram a vender
menos, a produção de bens e serviços foi desacelerando, reduzindo os postos de
trabalho e provovendo o desemprego e o aumento da inflação, para compensar a queda
nas vendas e cobrir a elevação dos custos com o aumento de impostos, dos preços
administrados e da taxa de juros. Com mais pessoas desempregadas o consumo
continuou caindo, as empresas produzindo menos, o desemprego aumentado, a
inflação subindo, a receita do governo e da Previdência caindo e o rombo nas
contas públicas se agigantando, pela queda na arrecadação e pela elevação da
taxa de juros. Resultado: os bancos abocanharam mais de meio trilhão de reais
em juros no ano passado e o Brasil continuou se afundando.
Com o Brasil rumando ao abismo,
como um caminhão sem freio na decida de uma serra, surge Temer, entre o temor e
a esperança, depois de apunhalar as costas de quem o levou ao cargo supremo da
nação, o qual elegeu como prioridade segurar este caminhão e inverter sua
trajetória. Para esta missão contratou os serviços de Henrique Meireles, outro
executivo do alto escalão do setor bancário e um especialista em operações
financeiras, capaz de dar lucros bilionários a grupos que assessora, como os 15
bilhões de reais que o grupo que controla o Friboi faturou no ano passado, sob
sua orientação, apostando na valorização do dólar. Resta saber se terá a mesma
desenvoltura para tirar o Brasil da crise, mas pelo que disse na entrevista que
deu ao Fantástico, em 8/5, deixou a impressão que não. Indagado a respeito,
comparou a crise a um carro desgovernado que precisa fazer parar, aquele
caminhão sem freio prestes a se espatifar em alguma curva da serra, que não tem
como segurá-lo.
CONCLUSÃO
– Com esta resposta fica claro que Meireles não tem proposta para estancar a
crise econômica que castiga o país e como não pretende baixar a taxa de juros e
não descarta a volta da CPMF e o aumento de impostos, o Brasil continuará em queda
livre até atingir o fundo do abismo. Lembre-se: país desempregado é país
quebrado.
QUAL A SAIDA? – Para impedir que isto aconteça,
só com o pagamento do Seguro Desemprego, retroativo a data que o trabalhador
foi exonerado e no valor que recebia,
descontado o Imposto de Renda e a contribuição previdenciária para recompor o
caixa da Previdência e ajudar na arrecadação do governo. Com esta medida a
população desempregada voltará a consumir, as empresas a produzir e recontratar
os funcionários que foram demitidos e a arrecadação da Previdência e do governo
voltará a crescer. Para que todos os trabalhadores que foram demitidos, por
conta da crise, sejam recontratados é necessário que o governo financie, a
fundo perdido, a recuperação das empresas que fecharam, para voltarem a
produzir e recontratar. Recontratado o trabalhador deixará de receber o
benefício.
HAVERÁ RECURSOS? - Esta foi a mesma pergunta
que me fiz quando dava aula, na década
de 90, ao pensar numa espécie de salário aos alunos, para combater a indisciplina na sala de aula e melhorar o
ensino aprendizagem. Os alunos que prestassem atenção nas aulas, estudassem em
casa e tirassem boas notas teriam direito ao benefício. Para minha surpresa os
recursos existiam, tanto que Fernando Henrique, um ano depois, criou a Bolsa
Escola, que Lula transformou em Bolsa Família, mas o dinheiro foi dado para os
pais, em troca de mandarem os filhos para a escola, quando deveria ser dado
para o aluno em troca de dedicação ao estudo, agravando o problema da
disciplina e a qualidade do ensino aprendizagem, porque o aluno passou a ir
forçado para a escola. A qualidade do ensino público só vai melhor quando o
aluno for pago para estudar. A Bolsa Escola e depois a Bolsa Família foi a
grande oportunidade que se perdeu, mas que ainda pode ser revista. Basta
vontade política.
Quanto
o pagamento do Seguro Desemprego Pleno, no primeiro momento, talvez, o país
tenha até que fazer um empréstimo no Banco Mundial, enquanto o governo cobra
bilhões de reais em impostos, devidos por grandes grupos econômicos, faz a
repatriação de outros bilhões enviados ilegalmente para o exterior, cobra a
devolução de outros bilhões repassados em aditivos à grandes empreiteiras,
financiadoras de campanhas eleitorais, reduz os repasses bilionários aos
poderes Legislativo e Judiciário, acaba com as mordomias escandalosas de
ministros, desembargadores, juízes, promotores e políticos e reduz drasticamente o tamanho do
Estado.
TIRIRICA – Quando disse que com ele o
Congresso não ia ficar pior do que estava, tinha razão. Em segundo mandato só
propôs dois projetos em favor da atividade circense, e nem estes conseguiu aprovar. Disse no programa do Jô
Soares, de 26/5, que imaginava que um milhão e trezentos mil votos que teve,
tivesse mais valor que o voto de quem recebeu trinta mil, mas se enganou. Temer
na Presidência da República é muito diferente de Tiririca no Congresso. Com
Temer o Brasil continuará se afundando e com Tiririca o Congresso continuará
como está.
LIÇÃO A SER ASSIMILADA – Para que outras crises não
surjam, tendo como causa o financiamento de campanhas eleitorais, o povo
brasileiro precisa se conscientizar que não deve votar em candidatos de
campanhas milionárias, porque por trás dessas campanhas sempre há uma máquina
para alimentá-las com dinheiro dos cofres públicos, que pode ser uma
Prefeitura, uma Câmara Municipal, um Governo Estadual, uma Assembleia Legislativa,
o Governo Federal e o Congresso, nos mais variados esquemas de desvios, que
costumam deixar rombos bilionários nas contas públicas, os quais são tampados
com aumento de impostos, aumento dos preços de serviços essenciais, como luz,
água, gás, combustíveis, transporte e
aumento da taxa de juros, gerando crises que impõem pesados sacrifícios à
população, a exemplo da crise que estamos vivendo hoje.
Com
o controle de uma destas máquinas, os candidatos têm a sua disposição telefone, computadores, internet, carro,
combustíveis, luz, materiais de divulgação funcionários, cargos para cabos
eleitorais, salário generoso pelo cargo que ocupam, assessores e uma estrutura
para superfaturarem obras e aquisições de bens e serviços, em troca de propinas
para eles e para suas campanhas, para
fazerem assistencialismo em troca de votos, quando este serviço é um direito do cidadão, e para se promoverem em jornais,
rádios e televisão, bancados com dinheiro da máquina, enquanto os demais,
raramente são citados e quando são é para serem criticados. Não é atoa que estão sempre em evidência na mídia e nos horários de propaganda eleitoral, e são
só eles que se elegem.
Em
São José dos Pinhais, Paraná, são dez os prováveis candidatos a prefeito, mas
apenas o prefeito, o vice-prefeito, o secretário de esportes e um deputado
federal são destaques permanentes nos jornais da cidade, bancados pela
Prefeitura. O presidente da Câmara Municipal que também é pré-candidato e tem
duas máquinas, a Câmara e a Assembleia Legislativa, raramente é citado e na
maioria das vezes para ser criticado, porque é oposição e porque a Câmara
Municipal não pode gastar com publicidade nesses jornais. Entretanto, há quase
dois anos está em campanha, percorrendo o município em visita aos munícipes,
porque é dono de um polpudo salário, conta com um elevado número de assessores
e com o aparelhamento da Câmara, tais como telefone, internet, entre tantos
outros.
Por esta razão, nesta campanha e
nas próximas, lembre-se:
não devo votar em candidatos de campanhas milionárias. Devo escolher um dentre
aqueles de campanhas fracas, segundo princípios morais e religiosos, para que
Deus Todo Poderoso o ilumine no caminho da justiça e da honestidade.
À
LUTA POVO BRASILEIRO – Ajude a
compartilhar esta proposta com os milhões de desempregados para que façam uma
profunda reflexão e lutem, porque pelo receituário clássico da economia, o país
levará décadas para se recuperar. Segundo João Morais, economista da Tendência
Consultoria, somente a venda de veículos levará 10 anos para voltar ao que era
antes da crise. O Brasil tem todas as
condições de financiar a retomada do seu desenvolvimento. Basta que o povo vá à
luta.